quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A gravura paraense representada na Bienal de Sarcelles, França

Pablo, Tanguy, Christelle e Véronique no Atelier do Porto

Elaine e Tanguy 

Por Armando Sobral
Em junho o Atelier do Porto recebeu a delegação da Bienal de Gravura de Sarcelles, Mr. Tanguy e Christelle Jaffelin. O encontro selou a participação de cinco artistas paraenses na Bienal que este ano terá o Brasil como país homenageado, são eles: Armando Sobral, Elaine Arruda, Pablo Mufarrej, Eliene Tenório e Jocatos. 
Além da Bienal, um grupo maior de artistas paraenses estará participando da coletiva de gravura brasileira e francesa na bibliothèque de Lyon 2, organizada por Christelle Jaffelin.
Quando recebermos a programação e imagens dos eventos compartilharemos aqui com vocês.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Traços Locais, Armando Sobral e Marcone Moreira



Por Jussara Derenji, Diretora do Museu da UFPa
Há no Museu da UFPa uma vocação de abrigar arte contemporânea, talvez não suspeitável no prédio centenário e histórico do Palacete Montenegro. O envolvimento da própria Universidade, desde os anos 60, na implantação da moderna no norte do país é o primeiro indício de um caminho que iria ser tomado pelo Museu ao ser criado em 1983. O acervo que foi sendo formado, com as dificuldades inerentes aos organismos públicos de cultura, é hoje direcionado para pensar e discutir, questionar e propor arte contemporânea.
Recém entrados no século XXI temos já clareza sobre os valores que deverão nortear a memória do século passado e agimos, assim, dentro do papel no qual nós escolhemos inserir, o da guarda, pesquisa e divulgação desses valores e de seus representantes nas artes visuais da Amazônia. O projeto lançado neste momento, por iniciativa do artista Armando sobral, e que o tem como iniciador e participe, junto com Marcone Moreira, consolida um movimento de apoio não só ao Museu, mas a esta memória pela qual nos tornamos todos responsáveis.
O programa de exposições e doações proposto em Traços Locais representa um reconhecimento da importância dos Museus como lugar da salvaguarda, da discussão e do questionamento. O museu da UFPa tem orgulho em receber dos artistas da terra, como muito bem representam Armando Sobral e Marcone Moreira, a manifestação deste reconhecimento.

Miragem Urbana, fotografias de Pedro Cunha



Por Alexandre Sequeira
Como um flâneur contemporâneo, que com passos lentos e sem direção, observa tipos e lugares que cruza em seu caminho, Pedro Cunha percorre os espaços urbanos na busca por pontos de vista que articulem objetos e planos de diferentes procedências. Suas fotografias revelam uma paisagem complexa, ambígua, composta por acúmulos de informações onde transeuntes se confundem com displays publicitários, automóveis, prédios, luzes e sombras, justapondo, como fotomontagens, elementos de proporções desconcertantes.
Com apurado senso estético, o fotografo garimpa as superfícies profusamente ocupadas das metrópoles – paradigmas da saturação. Suas escolhas, na maioria das vezes, evidenciam o urbano como território de fragmentação, tanto dos espaços quanto das relações sociais que aí se manifestam, apontando para nítidos sinais de sua dominação pelo poder do mercado, da mídia.
Miragem Urbana é assim um convite á reflexão sobre a cidade não apenas como espaço concreto, mas também como espaço simbólico e como dispositivo comunicativo critico e emancipativo, ao destacar da indistinção de nossas cenas cotidianas recortes capazes de resignificar nossa experiência com o lugar que habitamos.

 Veja o site da Kamara Kó Galeria


sábado, 24 de setembro de 2011

Gravura Contemporânea no Pará





Por Armando Sobral
Há dez anos um grupo de artistas e estudantes universitários reuniu-se para criar  o atelier público de gravura da Fundação Curro Velho motivado pela necessidade de praticar e ensinar essa modalidade artística para adultos, jovens e adolescentes, na sua grande maioria de baixa renda ou provenientes de escolas públicas. Desse movimento inicial em torno do atelier no telégrafo, em seu período de maior efervescência quando se tornou um celeiro de gravadores, aos dias de hoje, completa-se um ciclo importante de preparação.
O movimento da gravura no Pará se restabelece com a produção que surge na última década, principalmente em Belém. Isso não significa demarcar sua importância somente nesse período; seria uma injustiça com Valdir Sarubbi, Ronaldo Moraes Rêgo e Jocatos, grandes artistas responsáveis em manter viva essa tradição por aqui. Foi o surgimento de uma nova geração de excelentes gravadores preocupados em trabalhar de maneira colaborativa e em diálogo com a tradição da gravura brasileira, reconhecendo-a e integrando-se a ela, que talvez tenha sido a maior contribuição de todos esses anos de persistência – anos, diga-se de passagem, ainda germinais.
Vale a pena conferir as obras de Alexandre Sequeira, Armando Sobral, Diô Viana, Eliene Tenório, Elaine Arruda, Jocatos, Pablo Mufarrel, Ronaldo Moraes Rêgo e Véronique Isabelle. Coletiva que, certamente, referencia a gravura contemporânea na região norte.

Na Galeria do CCBEU, até 22 de Novembro.