sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Espaços de arte em Belém iniciam o projeto “Circular Campina - Cidade Velha”



A partir do próximo sábado (7) e domingo (8), seis espaços de arte em Belém iniciam um piloto do projeto “Circular Campina - Cidade Velha”, com exposições e atividades culturais variadas. A ideia é abrir as portas para que o público visite os ambientes e possa conhecer o que vem sendo realizado em cada um dos locais. Participam do projeto a Kamara Kó Galeria, Atelier do Porto, Galeria Gotazkaen, Elf Galeria, Espaço Oficina Assim e a Associação Fotoativa. As atividades serão realizadas ainda nos dias 14 e 15, e 21 e 22 de dezembro, sempre das 10h às 17h. A entrada é gratuita.

A idealizadora do projeto, Makiko Akao, acredita que o movimento coletivo em torno de projetos artísticos fortalece a proposta de todos os espaços, cada um com sua especialidade. “No projeto original somados às pequenas praças usualmente sem atividades, tais espaços têm potencialidade de transformar o perfil dos bairros em bairros culturais, e resgatar a vivência dos moradores com o local e fomentar a economia criativa”, acredita a galerista, que coordena a Kamara Kó, especializada em fotografias e que terá exposta obras do acervo da galeria na mostra “Coletiva de Dezembro 2013” e estará também com os produtos da Associação Fotoativa que atualmente tem seu casarão em processo de restauro.

A Galeria Gotazkaen, que tem um perfil voltado para artes visuais, fotografia e arte urbana, apresenta oficina de grafitti e feira com produtos dos alunos de moda da Universidade da Amazônia (Unama), além de exposição de obras de artistas representados pela galeria. “Topamos participar para fazer parte desse trabalho de valorização da cultura nesses bairros. É importante que as galerias atuem nesse processo de formação de público consumidor do que é produzido pelos nossos artistas”, diz Diana Figueroa, sócia-proprietária do Gotazkaen.

A programação no Atelier do Porto terá mostra de pinturas e desenhos de PP Conduru, das séries “On” e “Povo”; intervenção urbana de Eder Oliveira, além de musica com Paulo Assunção e convidados. Para Armando Sobral, integrante do coletivo do Porto, o projeto fomenta a cadeia produtiva da cultura.  “Na medida em que se mostra um mapa desses espaços, não só de produção, mas de veiculação se cria um circuito importante de arte na cidade”, defende.

A Elf Galeria apresenta pequenos formatos do seu acervo, com obras de padrão compatível com custo básico de feitura dos trabalhos. Tudo para que público possa começar a colecionar obras. “Oferecemos para pessoas querem obras de arte e não podem gastar um milhão. É para quem gosta e também para quem quer começar a ter obras. Esse é o nosso papel, de mostrar, e a gente está apostando nisso”, explica Lúcia Chaves, coordenadora do espaço, único que não funcionará aos domingos.   

O Espaço Oficina Assim, inaugurado em setembro, também entra no circular e apresenta obras de Tadeu Lobato, com a exposição “Odd Norten e Outras Observações”. “Nossa proposta é de formação e continuidade em arte, com oficinas. Agora estamos fazendo também a exposição, além da produção do Enarte, encontro de arte de Belém”, diz Luiza Bastos, do espaço.

Projeto
O projeto foi pensado para divulgar projetos artísticos como forma de preparação para as celebrações dos 400 anos da capital paraense, a ser comemorado em 2016. Além disso, o projeto pretende conquistar novos parceiros, das iniciativas publica e privada, para elaborar programações junto às comunidades dos bairros da Campina e Cidade Velha, a fim de que a partir da arte, projetos de inclusão social e cidadania possam ser desenvolvidos.

“A proposta pretende, além de valorizar a área histórica, a melhor apropriação e utilização das estruturas e edificações ali existentes, subutilizadas, sobretudo nos finais de semana e período noturno, por atividades culturais, estimulando a criação e fortalecimento de negócios culturais e associados”, defende Makiko Akao.

Aliada a essa proposta, o projeto tem ainda missão de formar apreciadores e consumidores de arte, já que Belém possui um cenário que ainda precisa ser desenvolvido, aproximando o público dos espaços que produzem bens culturais. “Todos tem um objetivo comum, que é abrir seus espaços para facilitar o acesso do público ao consumo de arte, divulgar os artistas e seus trabalhos, criar novos colecionadores ou interessados em arte e assim criar e fomentar mercado artístico”, diz.




Serviço
Projeto piloto “Circular Campina - Cidade Velha” ocorre nos próximos dias 7 e 8, 14 e 15, 21 e 22 de dezembro, em seis espaços de arte em Belém, sempre das 10h às 17h, com entrada franca. Confira os endereços dos espaços:

Kamaka Kó Galeria e Associação Fotoativa
Travessa Frutuoso Guimarães, 611, entre Riachuelo e General Gurjão. Informações: 3261-4809 / 8117-9730 / 8175-1073. http://kamarakogaleria.com/site/

Atelier do Porto
Rua Gurupa, 104, entre Dr. Assis e Dr. Malcher. Informações: 3255-8816/8099-4110. http://atelierdoporto.blogspot.com.br/

Elf Galeria
Passagem Bolonha, 60, entre José Malcher e Benjamin Constant. Informações: 3224-0854. http://www.elfgaleria.com.br/

Espaço Oficina Assim
Travessa Frei Gil de Vila Nova, 215, entre Santo Antonio e 28 de Setembro. Informações: 3031-3197. https://www.facebook.com/oficinaassim

Galeria Gotazkaen
Rua Ó de Almeida, 755, entre Assis de Vasconcelos e Piedade. Informações: 3347-6632.  http://gotaz.com.br/.









terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Desenhos de PP Condurú são expostos no Atelier do Porto




O Atelier do Porto apresenta mostra com obras de PP Condurú, desenhos das séries “On” e “Povo”. O espaço fica localizado na Rua Gurupá, 104, no bairro da Cidade Velha. A entrada é franca. São desenhos livres, sem imposições técnicas ou rebusques de pesquisa e demonstram como o artista se relaciona com o fazer artístico.

A arte que PP Condurú faz vem do que se sente. Pensa que bullyng é um tema sem importância, senta a mão no lápis e desenha rostos, só para apelidar quem nem se sabe quem é. Na série intitulada “Povo”, feita em 2009 e 2010, foi a lei que proíbe apelidos que o fez desenhar, por crer que o politicamente correto é “chato” e não vinga nem mesmo com imposição legal. Juntou-se a isso a prática de desenhar rostos, disformes, não delimitados, irreconhecíveis, para começar o que ele diz ser uma brincadeira.

“Comecei a brincar e pensei: agora vou fazer só apelido. Todos nós temos. Achei uma frescura quando vi essa história de bullyng e então comecei a desenhar. É uma lei que inventaram, mas não vai pegar. Quando era criança eu tinha ‘bilhões’ de apelidos! Aí inventaram essa novidade. Os desenhos são uma forma de desabafo. O nome da série é ‘Povo’ porque o povo adora apelidar. Então, fazia rostos e apelidava”, diz.

Na série “On” o artista apresenta desenhos também de rostos, mas desta vez baseados nas imagens de que ele sempre costumava ver online no Facebook. A troca constante dos avatares o fez pensar sobre como seriam os rostos se o transpusesse para o papel em branco. E assim o fez quando muitos usuários passaram a trocar suas fotos por personagens de desenhos animados. A série é mais recente e apresenta obras realizadas em 2012, durante pausas em outros trabalhos, e nunca foi exposta.

“Estou trabalhando em certo projeto e quando paro me dá vontade de desenhar rostos. Essa série foi feita em cima do pessoal que fica trocando as carinhas no Facebook. E teve uma época que era só desenho animado. Eu odiei isso! Foi assim que comecei a desenhar. A minha proposta de trabalho não é falar de arte contemporânea, desenho é desenho, é um hobby meu”, fala o artista.

Livre para produzir, ele espera que o desenho “venha até ele” para poder pegar o papel para riscar. É que para o artista, melhor mesmo é não ter controle do que virá. Mas impõe o limite para saber parar, e diz que é o próprio desenho que o alerta para tal. Os desenhos foram feitos a partir de técnica mista com tintas acrílica, aquarela, guache, além de lápis de cor.

“Os desenhos iam saindo. Todo meu trabalho é baseado um pouco no improviso, respeitando o que for acontecendo durante o fazer. O desenho vai pedindo o movimento, as cores, por onde começar até onde ele diz: ‘parou. E eu paro. Sempre tenho essa postura com o papel em branco. Às vezes quero continuar, mas não funciona”, explica PP Condurú. 




Serviço
Mostra das séries “On” e “Povo”, de PP Conduru, est
á exposta no Atelier do Porto, localizado na Rua Gurupá, 104, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Entrada franca. Informações: 3255-8816.