terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Desenhos de PP Condurú são expostos no Atelier do Porto




O Atelier do Porto apresenta mostra com obras de PP Condurú, desenhos das séries “On” e “Povo”. O espaço fica localizado na Rua Gurupá, 104, no bairro da Cidade Velha. A entrada é franca. São desenhos livres, sem imposições técnicas ou rebusques de pesquisa e demonstram como o artista se relaciona com o fazer artístico.

A arte que PP Condurú faz vem do que se sente. Pensa que bullyng é um tema sem importância, senta a mão no lápis e desenha rostos, só para apelidar quem nem se sabe quem é. Na série intitulada “Povo”, feita em 2009 e 2010, foi a lei que proíbe apelidos que o fez desenhar, por crer que o politicamente correto é “chato” e não vinga nem mesmo com imposição legal. Juntou-se a isso a prática de desenhar rostos, disformes, não delimitados, irreconhecíveis, para começar o que ele diz ser uma brincadeira.

“Comecei a brincar e pensei: agora vou fazer só apelido. Todos nós temos. Achei uma frescura quando vi essa história de bullyng e então comecei a desenhar. É uma lei que inventaram, mas não vai pegar. Quando era criança eu tinha ‘bilhões’ de apelidos! Aí inventaram essa novidade. Os desenhos são uma forma de desabafo. O nome da série é ‘Povo’ porque o povo adora apelidar. Então, fazia rostos e apelidava”, diz.

Na série “On” o artista apresenta desenhos também de rostos, mas desta vez baseados nas imagens de que ele sempre costumava ver online no Facebook. A troca constante dos avatares o fez pensar sobre como seriam os rostos se o transpusesse para o papel em branco. E assim o fez quando muitos usuários passaram a trocar suas fotos por personagens de desenhos animados. A série é mais recente e apresenta obras realizadas em 2012, durante pausas em outros trabalhos, e nunca foi exposta.

“Estou trabalhando em certo projeto e quando paro me dá vontade de desenhar rostos. Essa série foi feita em cima do pessoal que fica trocando as carinhas no Facebook. E teve uma época que era só desenho animado. Eu odiei isso! Foi assim que comecei a desenhar. A minha proposta de trabalho não é falar de arte contemporânea, desenho é desenho, é um hobby meu”, fala o artista.

Livre para produzir, ele espera que o desenho “venha até ele” para poder pegar o papel para riscar. É que para o artista, melhor mesmo é não ter controle do que virá. Mas impõe o limite para saber parar, e diz que é o próprio desenho que o alerta para tal. Os desenhos foram feitos a partir de técnica mista com tintas acrílica, aquarela, guache, além de lápis de cor.

“Os desenhos iam saindo. Todo meu trabalho é baseado um pouco no improviso, respeitando o que for acontecendo durante o fazer. O desenho vai pedindo o movimento, as cores, por onde começar até onde ele diz: ‘parou. E eu paro. Sempre tenho essa postura com o papel em branco. Às vezes quero continuar, mas não funciona”, explica PP Condurú. 




Serviço
Mostra das séries “On” e “Povo”, de PP Conduru, est
á exposta no Atelier do Porto, localizado na Rua Gurupá, 104, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Entrada franca. Informações: 3255-8816.

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