domingo, 31 de julho de 2011

Labirinto Ver-O-Peso, Galeria Fayga Ostrower em Brasília

Labirinto Ver-O-Peso, Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010
Urnas e Mantas
Em uma trajetória demarcada pela gravura, pelo processo de pesquisa, pela experimentação, Armando Sobral nos últimos anos tem transitado pela fusão de técnicas, pelas discussões referentes à História da Arte, à condição artesanal e conceitual em que os tempos se fundem, promovendo o encontro entre o passado e o mundo contemporâneo.
A paisagem e o humano unem-se em um cenário que delineia um lugar específico, simbólico de uma cidade que se constitui à beira do rio, em meio ao fluxo de trocas comerciais e culturais.  O Ver-o-Peso em sua geografia labiríntica, circunscrita por uma arquitetura resultante do período fausto da borracha, vivido entre o final do século XIX e começo do século XX, tornou-se um ícone de Belém, cidade situada ao Norte do Brasil.
A escolha pela fusão da xilogravura e da escultura, por procedimentos artísticos que privilegiam o fazer coletivo, vêm se manifestando, principalmente, a partir do ano 2000. Durante o Arte Pará 2006 as Mantas ocuparam o Mercado de Peixe e situadas atrás do boxe de cada peixeiro, receberam cheiros, resíduos de sangue, escamas, que, após o corte, respigavam na gravura. A memória recoberta de matéria acumulou-se ao tempo e aderiu à xilo, que já trazia o peixe salgado, transportado para a fibra da madeira, fixo à lona. Essas mesmas tiras de peixe, imanadas de histórias, transferem-se para o Labirinto do Ver-o-Peso, compartilhando com as Urnas um passado que se torna presente, se atualiza.
Xilos e esculturas formam-se a partir do desenho, dos esboços, da fissura que se abre no branco do papel para que a forma nasça e materialize-se. Com as peças dispostas no espaço, o artista propõe que os corpos caminhem entre Urnas e Mantas. Só assim, as ânforas conservam o vinho, o sal conserva a carne e o ritual se cumpre.

Marisa Mokarzel
Consulte a publicação Catálogo Labirinto Ver-O-Peso

Arte Pará 2011, inscrições abertas

Artefatos, esculturas de Armando Sobral no Museu Emílio Goeldi

O Arte Pará completa um ciclo significativo de atuação no cenário artístico da região: são trinta anos de atividades contínuas; trinta edições de uma utopia que vem se tornando cada vez mais real, reconhecer a produção local no panorama da arte brasileira contemporânea - torna-la presente e atuante. 
Vale a pena destacar a preocupação em aperfeiçoar seu perfil expositivo, em apostar cada vez mais na educação e em realizar publicações de alto nível técnico e curatorial, iniciativa relevante de incentivo à pesquisa e de promoção da cena artística no circuito nacional.
Não deixem de participar! O regulamento impresso e ficha de inscrição você pode encontrar em vários lugares. Dentre eles, no Atelier do Porto ou no endereço http://www.frmaiorana.org.br/inscricaoartepara2011/inscricao
Boa sorte!!!!